segunda-feira, 19 de novembro de 2012



Foi numa tarde fria, uma segunda-feira. Os flocos de neve embolavam-se minuciosamente nos galhos secos, previsivelmente sem vida. Eu o vi. Tinha certeza que sim, pois nenhum olhar, em momento algum fora tão intenso e ao mesmo tempo tão desesperador como aquele olhar. O sorriso desencadeava um misto de sensações inexplicáveis, se apertava nas maçãs do rosto e deixavam fluir, de alguma maneira, sinceridade. Honestamente, esperar por reencontros marcantes não estava em meus planos, mas uma pequena fagulha de felicidade reavivava memórias e, no passado eu compreendia determinadas sensações do presente; não sei se talvez pudesse ser saudade, rancor ou mágoa qualquer coisa que fosse envolvida por algo mais e nada mais. Só que era estranhamente gostoso saber que "ele" estava ali e mesmo não retribuída eu sobrevivia intacta aos meros desprezos de amor, eu  sobrevivia pelo simples fato de conhecer sua existência, pela agonizante vontade de estar em algum lugar do passado novamente, de saber que ignorar talvez fosse o melhor caminho, mas não o meu caminho. Segui sozinha ao banco mais próximo e sentei-me. Debulhei lágrimas que escorriam como fogo, queimavam o coração pequeno, indefeso e eu sabia que nem mesmo com ele estaria segura, só eu e meus sentimentos, nada mais e ninguém mais. Apenas o pequeno refúgio indefeso desta menina. Tem coisas nessa vida que não tem porque relutar, é inevitável que aconteça; ouço apenas o vendaval inquieto remexendo em meu coração. Coração pequeno quando sisma em amar, não há quem o faça aquietar.

                                                                               Quézia Estéfani .


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